O fotógrafo estava visivelmente emocionado. É o vencedor do concurso 2016 da bienal de fotografia. Cerca de uma centena de portefólios foram apresentados e desses o júri escolheu nove finalistas. Esta sexta-feira, 16, Fernando Paulo Ferreira, vice-presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, anunciou o vencedor e entregou o cheque de cinco mil euros a Rui Dias Monteiro. "O justo teria sido distribuir este dinheiro por todos", confidenciou o fotógrafo durante o brinde. A humildade era visível. "Acho que todos juntos fizemos uma exposição com imensa qualidade. Sinto-me muito honrado em ter feito parte desta iniciativa", agradeceu. Esta distinção é o reconhecimento pelo seu trabalho que se prolongou por 12 anos. Entre 2004 e 20016, o autor tirou fotografias na casa dos seus avós, na Beira Baixa, e guardou esse espólio. Cenas do dia a dia, imagens de objetos, instantâneos do quotidiano, personagens desconhecidas, o cão da família, os próprios avós. São tudo elementos que compõem um enorme manancial de temas que servem de base a dezenas de imagens que "podem ser tocadas pelo próprio público", como revela o autor. Em cima de uma mesa, no Celeiro da Patriarcal, estão espartilhadas essas recordações de uma vida. É como introsarmo-nos no mundo de outrem, com um pouco de voyeurismo à mistura. Rui Dias Monteiro, de parcas palavras, mostrou-se muito contente e elogiou o trabalho da autarquia vilafranquense em promover a arte fotográfica.
David Santos, curador-geral da iniciativa, está igualmente satisfeito com o novo caminho da bienal. "Ela está mais pujante e a cidade está a acolher mais visitantes", garantiu. Durante o brinde, Fernando Paulo Ferreira reconheceu o valor desta iniciativa que começou em 1989. "Nem são apenas os turistas que nos visitam. A própria comunidade vive a exposição de uma forma engraçada. No mercado municipal, por exemplo, foi muito interessante ver os feirantes a debaterem entre si para ver quem ficava com que imagem". O vice-presidente referia-se à parte curatorial que distribuiu por 15 locais da cidade trabalhos de 30 artistas. Essas imagens estão ainda em exibição até 22 de janeiro. No Celeiro da Patriarcal, os nove conjuntos estarão ainda disponíveis até 8 de janeiro para dar lugar, a 4 de fevereiro, aos trabalhos relativos aos prémios "concelho" e "tauromaquia". Toda a info da bienal aqui.
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