Até há algum tempo, achava que Lisboa era sinónimo de variedade garantida. E, sem procurar cá, qualquer decisão de compra passava sempre por um centro comercial qualquer. Sempre duvidei desta tendência mas a onda é tão forte que somos todos empurrados para as grandes cidades sem pestanejarmos. Às vezes, a melhor solução está mesmo à nossa porta. E, nesta época natalícia, é importante apoiarmos o comércio local. E quase todo ele está aberto este domingo, ou durante os próximos dias, até horas tardias para satisfazer os desejos de muita gente.
Morei na capital durante muitos anos, e dividia o meu tempo entre lá e cá, regressando sempre ao ruído da grande cidade e, por isso, era normal procurar grandes espaços de consumo. Mudei-me há poucos anos e só recentemente descobri o poder do comércio local. Deixei de fazer compras nos hipermercados, onde me desloco apenas para adquirir produtos específicos. O pão do dia a dia, as carnes ou legumes frescos são sempre escolhidos nas lojas de rua. E a roupa é tão ou mais barata aqui do que lá. É tudo uma questão de mentalidade, de habituação e de opção. E, acredite, a longo prazo acabamos por poupar. Tenho sentido isso a cada mês que passa. Os grandes supermercados forçam-nos a consumir: mais um livro, mais uma embalagem, mais um doce, mais uma peça, mais isto, mais aquilo, mais uma promoção... e é tão fácil colocar no carrinho e depois pôr no carro. Indo a uma loja de rua, somos “empurrados” a escolher melhor, a pensar no caminho de volta, a adquirir apenas aquilo que precisamos, sem sermos bombardeados com campanhas de marketing extenuantes. E há um mundo de produtos que nem sabemos que existem. Na gira, temos mostrado, desde o número um, a variedade de produtos, sobretudo vestuário feminino, de marcas nacionais, que muita gente desconhece. É neste sítios que se promove a economia nacional, que se dá destaque a Portugal, aos produtos lusos, às pessoas da nossa terra. A solução para um país melhor, passa, invariavelmente, pelo comércio local. Neste Natal entre numa loja de rua. Nem que seja para dizer olá.
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