Na vida há que saber reinventar-se


Talvez fruto da crise económica e social, a sociedade reinventou-se em algumas áreas. A moda, que procura sempre apontar caminhos e tendências, recupera muitas vezes estilos de antigamente. É algo normal e saudável. Mas, talvez por fascínio do passado, saudades dos tempos gloriosos ou, simplesmente, por motivos de poupança, o estilo vintage tem colhido cada vez mais adeptos. Aplica-se na roupa, no design, nos diferentes tipos de arte e está a inundar os móveis e objetos de casa. "Tem aumentado o número de pessoas que procura este tipo produtos", reconhece Tina Almeida, artesã que se dedica ao restauro de móveis. Foi assistente numa empresa durante muitos anos até que foi dispensada. "Estava em casa sem fazer nada e como sempre gostei de trabalhos manuais decidi tirar um curso de restauro de móveis". Isto foi há cerca de seis anos. "E como as aulas eram muito práticas, tinha que levar comigo peças que necessitavam de melhorias. Tirava de casa, emprestadas de amigos, familiares, ia comprando aqui e acolá, até que a minha garagem já não tinha espaço para mais". Tina Almeida começou a ter um problema e decidiu seguir o conselho de colegas de curso que tinham sucesso em feiras e eventos. Começou a frequentar um certame em Campo de Ourique, em Lisboa, e o feed back foi excelente. "Recebia muitos elogios", lembra-se, com um sorriso. Daí a começar a vender foi um passado. Hoje esta é a sua profissão, apesar de mal paga. "Um artesão nunca vê reconhecido todo o esforço que dedica ao seu trabalho. Se fosse contabilizar as horas que passo com um móvel, o preço final seria exorbitante e nunca teria clientes", lamenta. Por isso, reconhece que há muito de amor e entrega neste tipo de arte. "Dá para pagar o objeto em si, os materiais e o resto fica para mim. Portanto, este é um labor extremamente valioso e, felizmente, muito valorizado pelos clientes que a procuram. Tenho recuperado peças com histórias deliciosas", segreda. "Gente de todo o país que chega a  mim com toucadores, armários, aparadores, sofás, objetos com dezenas de anos ou mais e que depois lhes dou uma nova roupagem. As pessoas não se querem desfazer deles e poder ajudar a preservar a memória dá-me um gozo enorme", congratula-se. Albertina, ou Tina Almeida como é conhecida. Tem uma página de facebook onde a pode contactar ou enviando um email clicando aqui. Ela tem talento e imensa arte para dar.







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