CEBI com um futuro brilhante



Ao entrar no gimnodesportivo da fundação CEBI, a sensação era de estar na arena do "Cirque du Soleil". Há uma música de fundo a receber os espetadores, três palcos espalhados pelo ringue, baloiços, trapézios e uma certa penumbra de mistério. O espetáculo, tal como a companhia canadiana, pouco tem de circense mas mais de poético e artístico. Durante cerca de 20 minutos, dezenas de jovens dos vários anos de ensino do colégio Álvaro Vidal representaram os papéis de verdadeiros perfomers ao mais alto nível. Houve temas de Bernardo Sasseti tocados ao vivo, dramatização, dança, acrobacias e até um guarda roupa e maquilhagem pensados ao pormenor. Foi um deslumbre para vista.
Esta foi a maneira de a fundação CEBI celebrar o seu 48.º aniversário. A cerimónia decorreu esta terça-feira, 6 de dezembro, e contou com a presença, além de pais, encarregados de educação e funcionários, do secretário de Estado da Educação. "Nos últimos anos, descurámos as artes. Ficámos obcecados com as tecnologias e as ciências. Só que depois, quando fazemos a festa, não colocamos os jovens sentados com tablets. Vamos, sim, buscar a arte. Ela permite-nos mostrar o melhor que há em nós e leva-nos a sonhar", refletiu João Costa. Para o governante, além da arte, houve outras duas palavras que lhe vieram à cabeça ao assistir a esta performance: felicidade e memória. "Já conheci muitas pessoas que passaram por aqui e sempre recordam com saudade e carinho a sua passagem por aqui. Mais do que ensinar, a história desta casa faz-se de pessoas", elogiou. E acrescenta: "Se ninguém for feliz na aprendizagem, nunca será bem sucedido na vida. Ora, a fundação CEBI tem provado que concretiza esse objetivo perfeitamente". O secretário de Estado apontou, por exemplo, o centro de acolhimento temporário onde "são recebidas crianças a quem a sociedade falhou".
O trabalho da CEBI ultrapassa, portanto, a simples função de dar aulas. "Orientamo-nos por valores de excelência. Sempre quisémos dar respostas adequadas e inovadoras", começa por explicar a presidente do concelho de administração da fundação. "Através dos valores da inclusão, igualdade, solidariedade, desenvolvimento sustentável, ganhámos maturidade e tornámo-nos mais exigentes. Temos o humanismo como norma da nossa atividade", assume Ana Maria Lima. Perante uma plateia a abarrotar, a responsável quis deixar uma palavra de enorme apreço a todos os que fazem parte do funcionamento da instituição. "A capacidade de desenvolver parceiras entre docentes, alunos e famílias é uma das razões do nosso sucesso", enalteceu.
E há muitos planos para o futuro. Com cerca de 1500 alunos, desde o berçário até ao terceiro ciclo do ensino básico, a CEBI prepara-se para avançar com o ensino Secundário. "Exatamente porque os pais sempre manifestaram essa necessidade", revelou numa entrevista que deu à revista gira, em novembro. "Era para ter arrancado em setembro, mas o processo não correu como queríamos. Acredito, contudo, que no próximo ano letivo deverá acontecer". Outra aposta será na terceira idade. "A sociedade está a envelhecer e temos que estar preparados para acolher com condições os nossos idosos. Já damos resposta a cerca de 200 utentes no centro de dia, na estrutura residencial e no apoio domiciliário. Estamos a estabelecer contactos para construir um novo lar e lançar as bases do projeto no próximo ano", revelou. E as contas parecem estar "em dia" o que perspetiva segurança e crescimento. "Vejo o futuro com esperança", afirmou na mesma entrevista. E ontem, no seu discurso, lembrou: "vejo um ensino em Portugal onde os alunos se preocupam menos com a ditatura dos programas, mas sublinhando mais a sua individualidade. O país deve ter na sua génese um boa educação, caso contrário está condenado a estagnar".


















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