Agradecer por tudo o que temos

Por António Dias*
Assinala-se, hoje, o dia internacional do obrigado. Há datas para tudo e mais alguma coisa. Esta tem origem desconhecida, mas suspeita-se que tenha sido criada por uma qualquer empresa que quis escoar produtos e sugeriu comprar prendas às pessoas de quem mais se gosta, em sinal de agradecimento. Apesar de desconhecida, esta ideia tem um certo apelo interessante, sobretudo tendo em conta os tempos em que vivemos: o Trump nos EUA, o Putin a fazer frente ao ocidente, os países de terceiro mundo cada vez mais populosos, guerras no médio oriente que nunca mais acabam, a crise em Portugal que nunca termina... e 2016 foi um ano para esquecer. Há dias, alguém me dizia que o mundo ficou mais louco com o advento das novas tecnologias: “queremos tudo agora, já, neste momento. Para ontem até!”. É capaz. O amor, o carro, a casa, o salário elevado, as festas, a roupa e os sapatos. Vivemos assoberbados em bens materiais que, muitas vezes, descartamos com facilidade, sem nos lembrarmos do quanto eles nos custaram. Sempre foi assim, poderia dizer. Talvez. A questão, hoje, é que, perante o tsunami de informações, tendências, mudanças e receios, somos , sem querer, empurrados para o produto seguinte com imensa facilidade. E não conseguimos esperar. A velocidade de consumo é tremenda!
Por isso, e como ainda mal nos refizemos da época natalícia, gostaria de tirar este momento para parar e lançar o apelo para que faças um rewind à tua vida. Custa tão pouco. Que tal desligar por uns minutos os aparelhos que nos rodeiam e tenta desfrutar das pequenas coisas que nos fazem vivos: o sol que nos abraça neste lugar à beira mar e à beira rio plantados; o campo verdejante do qual tiramos produtos tão bons; a nossa família e amigos que são tão precisos para nosso equilíbrio mental; as nossas mãos e as nossas pernas que nos permitem trabalhar e alcançar os nossos sonhos. Por tudo isto, obrigado.
*diretor da revista gira.

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