Numa nota emitida este sábado, o presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira lamentou o falecimento de Mário Soares. O antigo primeiro-ministro e chefe de Estado estava internado no hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, desde 13 de dezembro. Ele foi um dos 27 que se juntou em abril de 1973, na cidade alemã de Bad Münstereifel, para fundar o Partido Socialista. Nasceu em Lisboa, a 7 de dezembro de 1924, foi advogado, professor e, desde cedo, defendeu os valores da democracia em atividades de oposição à ditadura do Estado Novo. Preso 12 vezes, acabou deportado para São Tomé, em 1968, e depois exilou-se em França. A seguir ao 25 de Abril, regressou a Lisboa três dias depois, no que ficou conhecido como o "comboio da liberdade", tendo a aguardá-lo uma multidão na estação de Santa Apolónia. Mário Soares era visto cada vez menos em público. A última vez tinha sido a 28 de setembro de 2016, numa homenagem do atual presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, à sua mulher, Maria Barroso, que morreu em 2015, a 7 de julho, no mesmo hospital onde estava agora internado o marido. Alberto Mesquita, em nome do município, recordou “a figura maior, ímpar e incontornável, na História Contemporânea portuguesa”. O presidente da Câmara lembra ainda o seu “exemplo de contributo para a afirmação e defesa dos valores democráticos, pluralistas, humanistas e europeus”. O autarca apresentou ainda condolências à família enlutada, “em especial aos seus filhos, Isabel Soares e João Soares, e bem assim ao Partido Socialista”.
O funeral de Mário Soares realizar-se-á na terça-feira, 10 de janeiro. O corpo do antigo presidente da República vai estar em câmara ardente, no mosteiro dos Jerónimos, durante toda a segunda-feira, num dia aberto ao público. A cerimónia fúnebre, na terça-feira, têm inicio pelas 11h, passará pelo palácio de Belém, pelo parlamento, junto à fundação Mário Soares, e ainda pelo largo do Rato, junto à sede do PS. O percurso culminará no cemitério dos Prazeres com um enterro só para a família.
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