Fazer contas à vida


Mais um ano que chega ao fim e as promessas de renovar, parar, descansar, olhar para trás e para a frente. 2017 tem que ser melhor que 2016, certo? Há um sentimento de cautela, sem dúvida, mas o cenário, parece-nos, nem é tão grave como no passado, embora estejam previstos aumentos em muita coisa. É de esperar. Mas há que ter esperança. É impossível resumir aqui as mudanças que nos esperam para os próximos 12 meses mas, no geral, há uma tendência para o "desapertar do cinto". Os escalões do IRS vão ser atualizados em linha com a inflação prevista. A sobretaxa vai acabar para a maioria dos portugueses, embora o processo seja gradual: quanto mais se ganha, para mais tarde está agendado o fim. As pensões vão se manter pobrezinhas mas as mais baixas terão atualizações extra. Ainda assim, com muitas exceções. Os funcionários públicos vão receber 50 por cento do subsídio de Natal em novembro e os restantes serão pagos em duodécimos. O mesmo para os pensionistas da Segurança Social. O subsídio de alimentação aumenta 25 cêntimos e mais 25 cêntimos a partir de agosto. Também irá aumentar o abono de família e regressa o quarto escalão. Outra boa notícia é que os manuais escolares vão ser à borla no primeiro ciclo. As despesas das cantinas escolares e dos transportes escolares poderão ser incluídas nas deduções à coleta de IRS. Também será possível deduzir a totalidade do IVA do passe social mensal. E é importante lembrar que será atribuído um desconto de 25 por cento na assinatura mensal para estudantes universitários até aos 23 anos. A medida mais polémica é a do aumento de IMI para imóveis a partir dos 600 mil euros e com "determinadas caraterísticas", como ter vista desafogada. Depois há os habituais aumentos de preços na eletricidade, que deverão rondar os 1,5 por cento. O mesmo valor para os transportes públicos, a água e telecomunicações que, para já, não falaram em aumentos. E será aplicado um novo imposto sobre os refrigerantes, de 15 a 30 cêntimos numa garrafa de litro e meio. O tabaco também deverá custar mais cinco cêntimos por maço. E isto é apenas um resumo. Qual o balanço disto tudo? Bom, não vale a pena conjeturar, criticar ou aborrecermo-nos. Para quê? Portugal está a sair de um poço bem fundo e há que ir com imensa cautela. O segredo é nunca gastar mais do que aquilo que se tem. É repetir isto mil vezes.

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